domingo, 15 de agosto de 2010

Comentários de Obras II

Beijo no asfalto (1961)

Momento em que o atropelado pede o beijo

A peça se inicia com um homem socorrendo um outro homem que acabara de ser atropelado, este, como último pedido, pede um beijo ao homem que o está socorrendo. O homem, por piedade, concede ao atropelado este último prazer, porém, alguém viu a cena e a história vira material de fofoca para o jornal.  A imprensa declara que os dois eram amantes, mesmo sendo casados.  Logo então, a polícia e os jornais querem que essa seja a história oficial e tentam persuadir as mulheres de que realmente os dois eram gays. O jornal gosta da versão pois assim irá vender mais cópias e a polícia para simplesmente fechar o caso.
A peça foi escrita em apenas 21 dias e foi inspirada na história de um repórter do jornal “O Globo”, que foi atropelado por um ônibus antigo. No chão, o jornalista que já estava mais velho, pedira um beijo a uma jovem que tentava socorrê-lo. Nelson soube da história e a mudou.
A trama se desenvolve de tal maneira que no fim das contas nem a mulher do jovem homem que beijara o acidentado acredita na próprio marido.

Álbum de Família

                                                  Foto de uma das encenações da peça

Na peça, Nelson resolve falar do cotidiano de uma família que aparentemente era comum, com um casal, quatro filhos e uma tia solteira. Porém, não há um personagem que não perca a máscara durante a peça.
Um dos grandes temas abordados na peça é o incesto, que logo aparece da filha Glória pelo pai e de Edmundo, o filho que é apaixonado pela mãe. Guilherme que é o primogênito se castrou para não colocar em jogo a virgindade da irmã. Jonas, o pai, desvirgina meninas de 12 a 16 anos na sua própria casa para compensar o amor impossível que sente pela sua filha. A mãe, a personagem  Dona Senhorinha, é apaixonada pelo filho Nonô, que vive pelado pela fazenda.
Das peças de Nelson, essa foi a terceira que criou um escândalo, por ser uma peça cheia de incestos, assassinatos e mutilações. Na época, a peça foi censurada.

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